28 de jun. de 2016

AUTO ESTIMA

Só para esclarecer a respeito do termo: auto estima significa a estima que tenho em relação à mim, por isso falamos em auto estima positiva ou negativa, boa ou ruim, mas não dizemos alto estima e baixa estima como se fosse alto astral e baixo astral. A palavra auto não provém de altura ou qualidade, mas de referência à si próprio. Esclarecidos, vamos aos conceitos!
Auto Estima é o conjunto de crenças, conceitos e valores que construímos a respeito de nós mesmos ao longo da vida, basicamente podemos dizer que a auto estima é forma como nós nos percebemos em relação ao mundo. A base de formação da nossa auto estima ocorre principalmente na infância, através da troca afetiva com nossos pais. Pais que são capazes de fazer os filhos se sentirem seguros e amados estão contribuindo para a formação de adultos mais seguros, confiantes de suas habilidades e com uma auto estima mais positiva.
Mas ao longo da vida esse auto conceito vai se tornando cada vez mais elaborado, pois além da percepção de si mesma que a pessoa aprende no ambiente intrafamiliar, a convivência no ambiente social expõe a pessoa ao julgamento e percepção alheios.  A forma como nós nos vemos não corresponde ao resultado exato da imagem que o espelho reflete, ou de habilidades concretas que possuímos, mas sim à forma como percebemos que os outros nos veem.  Por isso conhecemos pessoas que são muito bonitas que se consideram feias, e pessoas inteligentes e capazes que se consideram sem habilidade nenhuma, bem como podemos encontrar situações opostas também. O que ocorre na verdade é que essas pessoas desenvolveram ao longo da vida, formas de se relacionar com as outras pessoas e com o mundo, que não são muito saudáveis, e a partir disso constroem conceitos sobre si e sobre o mundo que são disfuncionais. A auto estima é um constructo importante da nossa personalidade, sendo positiva e congruente com a realidade, podemos conquistar uma boa qualidade de vida, e sendo negativa ou incoerente com quem nós somos de fato podemos desenvolver problemas como tristeza, angústia, insegurança, etc.
Uma boa dica para a pessoa melhorar sua auto estima, é prestar atenção sobre quais palavras frequentemente usa para referir-se a si mesma, e modificar todas as que forem negativas. O cérebro é om órgão fantástico e poderoso que nós temos, portanto se eu digo sempre que “não vou conseguir”, então é quase certo que não conseguirei. Se sempre me digo que não sou capaz, que ninguém nunca irá me amar, que nunca conseguirei aprender, etc, então essas coisas tendem a se tornar realidade pois o seu cérebro irá receber essas pequenas frases autodestruidoras como ordens, e vai começar a desencadear uma série de pensamentos e comportamentos para que suas “ordens” sejam cumpridas. Portanto o ideal é tomar consciência de suas palavras auto derrotistas e corrigi-las, substituindo por frases mais positivas como: eu sou capaz, eu consigo, eu posso, eu sou amada, eu aprendo etc... Essa substituição deve ocorrer inclusive no diálogo interno, de forma a modificar como a pessoa pensa. Sempre que possível também é bom contextualizar essas frases afirmativas com situações que já passou pela vida que podem provar o quanto você é capaz de conseguir atingir os objetivos.

Pessoas que tenham uma maior dificuldade em lidar com sua auto estima, precisam buscar um atendimento psicológico para receber ajuda profissional.

Problemas decorrentes do trabalho: ESTRESSE E DESEMPREGO

O trabalho é umas das partes importantes de nossas vidas, quando o produto do trabalho nos dá orgulho, sentimos que estamos no trabalho correto onde somos estimados, temos oportunidades de crescimento, e que é recompensador financeiramente, então o trabalho é uma fonte de prazer e desenvolvimento pessoal. Existem muitas pesquisas demonstrando que um trabalhador que se reconheça nessas condições tem melhor saúde e qualidade de vida.
Entretanto essa não é a realidade da maioria, que em geral podem estar insatisfeitos ou estressados com sua vida ocupacional. Em períodos de crise econômica encontramos muito mais dois problemas que quero abordar: o estresse e o desemprego.
Quando as pessoas sentem que estão no emprego errado, ou quando seus esforços físicos não são proporcionais à satisfação e recompensa que encontram no seu trabalho, o resultado pode ser o estresse. Outro fator que vem a potencializar o estresse é a pressão, que pode gerar conflitos e supressão de agressividade, um dos motivos pelos quais a violência vem se tornando um problema recorrente nos ambientes de trabalho. Quando intenso e frequente, o estresse pode ser a causa de problemas cardíacos, musculares, fadiga, resfriados frequentes, insônia, dor de cabeça, distúrbios estomacais e até mesmo de transtornos mentais. O trabalhador estressado tem redução em sua produtividade, e desenvolve problemas de relacionamento familiar e social. O ideal seria uma redução nas horas trabalhadas, bem como o aumento do número de intervalos. Outras medidas como exercícios, música e meditação também ajudam bastante.
Talvez o maior estressor ligado ao trabalho seja o desemprego. Em períodos de crise econômica as empresas tendem a enxugar seus quadros de funcionários drasticamente, uma realidade que temos observado com muita tristeza atualmente. Na década de 1930 houve a maior crise econômica de todos os tempos, e nesse período os estudos sobre a pessoa desempregada revelou o desenvolvimento de doenças físicas e mentais, incluindo enfarte, derrame, ansiedade, depressão, problemas conjugais e familiares, problemas de saúde, psicológico e de comportamento nas crianças, e suicídio.
O estresse resulta não só da perda de renda e consequente dificuldade financeira, mas também o efeito dessa perda no autoconceito e nos relacionamentos familiares. Os homens que ligam seu papel familiar ao sustento e provimento, e ambos os trabalhadores que ligam a própria identidade ao seu trabalho e acreditam que seu valor é definido pelo dinheiro, perdem mais que o emprego, perdem suas identidade, parte si mesmos e sua auto estima.
Os que conseguem lidar melhor com o desemprego são que tem recursos financeiros (economias ou renda de outros membros da família), pois tendem a avaliar a situação de forma mais objetiva, e sentem  que podem contar com o apoio familiar. Esses tendem a acreditar que podem influenciar positivamente sua situação no futuro, e conseguem ver o desemprego como um desafio para o crescimento  emocional e profissional, podendo mudar a direção de seus trabalhos e de suas vidas.

14 de jun. de 2016

Homofobia

A Homofobia foi um dos vetores principais no atentado que resultou em mais de 50 mortes na cidade de Orlando nos EUA, em junho de 2016. Apesar da nomenclatura sugerir que haja “medo de homossexuais”, na verdade o comportamento homofóbico é regido pelo preconceito, uma questão social difícil de ser resolvida e que está envolvida em muito de nossos comportamentos: como dizer que baianos são lentos ou preguiçosos, “brincar” com a sexualidade dos gaúchos, etc. 
As consequências do preconceito ora são sutis, ora são violentas, pois pode despertar nas pessoas sentimentos de repulsa, raiva, e revolta,  o que pode leva à atitudes extremas como observadas nesse atentado de Orlando, agressões físicas, estupro de lésbicas, etc. Mas também à formas de violência mais veladas, que são menos divulgadas: vão desde a exclusão social, ao tratamento frio, sem afeto. A gravidade do comportamento homofóbico será determinado pelas características da personalidade de cada pessoa.
A homofobia não é classificada como um transtorno nem pela CID-10, nem pelo DSM-IV, por não ser uma doença psíquica e sim um problema social. O origem desse problema vem do pensamento discriminatório social que tende a classificar as pessoas e culturas, nesse caso específico começa com a questão do valor, em que heterossexuais seriam melhores que homossexuais, e daí se desdobram em diversas formas de desvalorizar o homossexual. 
É muito difícil combater esse problema, entretanto é importante que as pessoas se autoanalisem, pensem sobre seus preconceitos, que não se resumem ao sexismo (que além da homofobia compreende também a desvalorização da mulher, com os consequentes problemas de violência doméstica e estupro), mas que também se estendem a outros estereótipos aprendidos ao longo da vida, como o dos baianos, gaúchos, negros, pessoas com deficiência, pessoas com distúrbios mentais, e tentem buscar a moderação e a ponderação em seus pensamentos e atitudes. 
O preconceito é um problema social, com remédios individuais, somente a reflexão pessoal pode levar uma pessoa a combater esse mal.