28 de jun. de 2016

AUTO ESTIMA

Só para esclarecer a respeito do termo: auto estima significa a estima que tenho em relação à mim, por isso falamos em auto estima positiva ou negativa, boa ou ruim, mas não dizemos alto estima e baixa estima como se fosse alto astral e baixo astral. A palavra auto não provém de altura ou qualidade, mas de referência à si próprio. Esclarecidos, vamos aos conceitos!
Auto Estima é o conjunto de crenças, conceitos e valores que construímos a respeito de nós mesmos ao longo da vida, basicamente podemos dizer que a auto estima é forma como nós nos percebemos em relação ao mundo. A base de formação da nossa auto estima ocorre principalmente na infância, através da troca afetiva com nossos pais. Pais que são capazes de fazer os filhos se sentirem seguros e amados estão contribuindo para a formação de adultos mais seguros, confiantes de suas habilidades e com uma auto estima mais positiva.
Mas ao longo da vida esse auto conceito vai se tornando cada vez mais elaborado, pois além da percepção de si mesma que a pessoa aprende no ambiente intrafamiliar, a convivência no ambiente social expõe a pessoa ao julgamento e percepção alheios.  A forma como nós nos vemos não corresponde ao resultado exato da imagem que o espelho reflete, ou de habilidades concretas que possuímos, mas sim à forma como percebemos que os outros nos veem.  Por isso conhecemos pessoas que são muito bonitas que se consideram feias, e pessoas inteligentes e capazes que se consideram sem habilidade nenhuma, bem como podemos encontrar situações opostas também. O que ocorre na verdade é que essas pessoas desenvolveram ao longo da vida, formas de se relacionar com as outras pessoas e com o mundo, que não são muito saudáveis, e a partir disso constroem conceitos sobre si e sobre o mundo que são disfuncionais. A auto estima é um constructo importante da nossa personalidade, sendo positiva e congruente com a realidade, podemos conquistar uma boa qualidade de vida, e sendo negativa ou incoerente com quem nós somos de fato podemos desenvolver problemas como tristeza, angústia, insegurança, etc.
Uma boa dica para a pessoa melhorar sua auto estima, é prestar atenção sobre quais palavras frequentemente usa para referir-se a si mesma, e modificar todas as que forem negativas. O cérebro é om órgão fantástico e poderoso que nós temos, portanto se eu digo sempre que “não vou conseguir”, então é quase certo que não conseguirei. Se sempre me digo que não sou capaz, que ninguém nunca irá me amar, que nunca conseguirei aprender, etc, então essas coisas tendem a se tornar realidade pois o seu cérebro irá receber essas pequenas frases autodestruidoras como ordens, e vai começar a desencadear uma série de pensamentos e comportamentos para que suas “ordens” sejam cumpridas. Portanto o ideal é tomar consciência de suas palavras auto derrotistas e corrigi-las, substituindo por frases mais positivas como: eu sou capaz, eu consigo, eu posso, eu sou amada, eu aprendo etc... Essa substituição deve ocorrer inclusive no diálogo interno, de forma a modificar como a pessoa pensa. Sempre que possível também é bom contextualizar essas frases afirmativas com situações que já passou pela vida que podem provar o quanto você é capaz de conseguir atingir os objetivos.

Pessoas que tenham uma maior dificuldade em lidar com sua auto estima, precisam buscar um atendimento psicológico para receber ajuda profissional.

Problemas decorrentes do trabalho: ESTRESSE E DESEMPREGO

O trabalho é umas das partes importantes de nossas vidas, quando o produto do trabalho nos dá orgulho, sentimos que estamos no trabalho correto onde somos estimados, temos oportunidades de crescimento, e que é recompensador financeiramente, então o trabalho é uma fonte de prazer e desenvolvimento pessoal. Existem muitas pesquisas demonstrando que um trabalhador que se reconheça nessas condições tem melhor saúde e qualidade de vida.
Entretanto essa não é a realidade da maioria, que em geral podem estar insatisfeitos ou estressados com sua vida ocupacional. Em períodos de crise econômica encontramos muito mais dois problemas que quero abordar: o estresse e o desemprego.
Quando as pessoas sentem que estão no emprego errado, ou quando seus esforços físicos não são proporcionais à satisfação e recompensa que encontram no seu trabalho, o resultado pode ser o estresse. Outro fator que vem a potencializar o estresse é a pressão, que pode gerar conflitos e supressão de agressividade, um dos motivos pelos quais a violência vem se tornando um problema recorrente nos ambientes de trabalho. Quando intenso e frequente, o estresse pode ser a causa de problemas cardíacos, musculares, fadiga, resfriados frequentes, insônia, dor de cabeça, distúrbios estomacais e até mesmo de transtornos mentais. O trabalhador estressado tem redução em sua produtividade, e desenvolve problemas de relacionamento familiar e social. O ideal seria uma redução nas horas trabalhadas, bem como o aumento do número de intervalos. Outras medidas como exercícios, música e meditação também ajudam bastante.
Talvez o maior estressor ligado ao trabalho seja o desemprego. Em períodos de crise econômica as empresas tendem a enxugar seus quadros de funcionários drasticamente, uma realidade que temos observado com muita tristeza atualmente. Na década de 1930 houve a maior crise econômica de todos os tempos, e nesse período os estudos sobre a pessoa desempregada revelou o desenvolvimento de doenças físicas e mentais, incluindo enfarte, derrame, ansiedade, depressão, problemas conjugais e familiares, problemas de saúde, psicológico e de comportamento nas crianças, e suicídio.
O estresse resulta não só da perda de renda e consequente dificuldade financeira, mas também o efeito dessa perda no autoconceito e nos relacionamentos familiares. Os homens que ligam seu papel familiar ao sustento e provimento, e ambos os trabalhadores que ligam a própria identidade ao seu trabalho e acreditam que seu valor é definido pelo dinheiro, perdem mais que o emprego, perdem suas identidade, parte si mesmos e sua auto estima.
Os que conseguem lidar melhor com o desemprego são que tem recursos financeiros (economias ou renda de outros membros da família), pois tendem a avaliar a situação de forma mais objetiva, e sentem  que podem contar com o apoio familiar. Esses tendem a acreditar que podem influenciar positivamente sua situação no futuro, e conseguem ver o desemprego como um desafio para o crescimento  emocional e profissional, podendo mudar a direção de seus trabalhos e de suas vidas.

14 de jun. de 2016

Homofobia

A Homofobia foi um dos vetores principais no atentado que resultou em mais de 50 mortes na cidade de Orlando nos EUA, em junho de 2016. Apesar da nomenclatura sugerir que haja “medo de homossexuais”, na verdade o comportamento homofóbico é regido pelo preconceito, uma questão social difícil de ser resolvida e que está envolvida em muito de nossos comportamentos: como dizer que baianos são lentos ou preguiçosos, “brincar” com a sexualidade dos gaúchos, etc. 
As consequências do preconceito ora são sutis, ora são violentas, pois pode despertar nas pessoas sentimentos de repulsa, raiva, e revolta,  o que pode leva à atitudes extremas como observadas nesse atentado de Orlando, agressões físicas, estupro de lésbicas, etc. Mas também à formas de violência mais veladas, que são menos divulgadas: vão desde a exclusão social, ao tratamento frio, sem afeto. A gravidade do comportamento homofóbico será determinado pelas características da personalidade de cada pessoa.
A homofobia não é classificada como um transtorno nem pela CID-10, nem pelo DSM-IV, por não ser uma doença psíquica e sim um problema social. O origem desse problema vem do pensamento discriminatório social que tende a classificar as pessoas e culturas, nesse caso específico começa com a questão do valor, em que heterossexuais seriam melhores que homossexuais, e daí se desdobram em diversas formas de desvalorizar o homossexual. 
É muito difícil combater esse problema, entretanto é importante que as pessoas se autoanalisem, pensem sobre seus preconceitos, que não se resumem ao sexismo (que além da homofobia compreende também a desvalorização da mulher, com os consequentes problemas de violência doméstica e estupro), mas que também se estendem a outros estereótipos aprendidos ao longo da vida, como o dos baianos, gaúchos, negros, pessoas com deficiência, pessoas com distúrbios mentais, e tentem buscar a moderação e a ponderação em seus pensamentos e atitudes. 
O preconceito é um problema social, com remédios individuais, somente a reflexão pessoal pode levar uma pessoa a combater esse mal.

17 de mai. de 2016

DEPRESSÃO: compreenda o que ela faz com a mente, o corpo e o comportamento das pessoas.

Leon Tolstói descreve o seu período depressivo da seguinte maneira:
“ Minha vida teve uma parada súbita. Eu era capaz de respirar, comer, beber, dormir. Não podia, na verdade, deixar de fazer isso, mas não havia vida real em mim”.

O transtorno depressivo vem sendo estudado há muito tempo, e apesar de ter suas causas desconhecidas, considera-se que seja uma interação dinâmica entre fatores biológicos, genéticos e psicossociais. Dentre os fatores biológicos a ciência realizou descobertas impressionantes, que possibilitam explicar, ao menos parcialmente, as causas da depressão.
Esses fatores biológicos podem ser divididos em:

*DESREGULAGEM DOS NEUROTRANSMISSORES:
Há uma alteração na produção e funcionamento de substâncias importantes ao funcionamento cerebral, como a noradrenalina, a seretonina, a dopamina, a endorfina, a acetilcolina, e a vasopressina.

*DESREGULAGEM NEUROENDÓCRINA:
Há alteração na produção de hormônios importantes ao funcionamento mental e corporal, podendo haver alterações do eixo adrenal, da tireóide e do hormônio do crescimento. Pode ainda haver a diminuição da secreção noturna de melatonina, liberação diminuída de prolactina, níveis basais diminuídos do hormônio folículo-estimulante e hormônio luteinizante, bem como a redução dos níveis de testosterona nos homens.

Todas essas descobertas sobre a depressão demonstram que ela deprime o funcionamento cerebral, alterando funções básicas de sobrevivência como a sede, a fome, o sono e o sistema imunológico.
Entretanto, mesmo diante tanto conhecimento já alcançado, a depressão ainda não pode ser diagnosticada através de exames de sangue, urina, ou de imagem cerebral. Todos esses exames são solicitados pelos médicos, com a finalidade de descartar outras doenças que poderiam estar simulando os mesmos sintomas da depressão. O diagnóstico do transtorno depressivo é essencialmente baseado na observação clínica dos sintomas.
Então vamos aos sintomas!
Muitas pessoas acreditam que depressão é sinônimo de tristeza, mas não é. O humor deprimido (ou o sentimento de tristeza) pode estar até ausente, pois caso a pessoa esteja experimentando uma redução importante na sua capacidade de interessar pelas coisas, ou mesmo de sentir prazer, já podemos considerar a depressão.
Os principais sintomas são o Humor deprimido, (que nas crianças pode ser visto como humor irritável), e a redução da capacidade de se interessar pelas coisas ou sentir prazer (são comuns relatos das pessoas deixarem até de sentir o sabor da comida).
Os demais sintomas envolvem alteração de peso sem dieta, dificuldades com o sono (a pessoa pode ficar com insônia, ou ter a necessidade de sono aumentada), agitação, retardo psicomotor, fadiga, perda de energia,  sentimento de inutilidade, sentimento de culpa excessiva e inapropriada, capacidade de concentração e memória reduzidas, pensamentos recorrentes sobre a morte, insatisfação com a própria vida, tendência a se afastar das pessoas.
A depressão pode ocorrer em um único episódio, ou ter recorrentes episódios ao longo da vida, apresentando intensidades diferentes, e normalmente cada vez mais graves. Estágios mais avançados desse transtorno podem levar a pessoa a desenvolver sintomas psicóticos e até a catatonia (estado em que a pessoa permanece imóvel). Pessoas que sofrem de depressão profunda relatam sentir uma dor emocional muito intensa. É muito comum que diante a melhora dos sintomas mais intensos, os pacientes cometam suicídio, e é por esse motivo que podemos dizer que a depressão mata. Alguns pacientes que chegaram a tentar suicídio, mas conseguiram ser salvos, relatam que fizeram esse ato de desespero pelo medo de voltar a sentir o que vivenciaram durante a fase mais intensa dos seus episódios depressivos.

É importante ressaltar que a pessoa não precisa apresentar todos os sintomas para ter a depressão, e caso apresente qualquer dos três sintomas que foram mencionados, por mais que duas semanas, é importante que procure ajuda profissional para fazer um diagnóstico mais exato, e começar com o tratamento o quanto antes possível, a fim de ter uma perspectiva melhor de não vir a sofrer com os sintomas mais graves da depressão no futuro.

10 de mai. de 2016

UM BREVE HISTÓRICO DA DEPRESSÃO: entenda o preconceito

O histórico da depressão é muito importante para entendermos porque as pessoas desvalorizam tanto esse problema grave. Se engana quem pensa que a depressão é uma doença da moda, ou uma doença nova, dos tempos modernos. A depressão atinge a humanidade há milhares de anos. Podemos encontrar referências à esse transtorno entre os escritos de Hipócrates, Platão, Shakespeare, Homero, Fairet e até mesmo na Bíblia Sagrada. Na Grécia Antiga a tristeza profunda acompanhada de afastamento da realidade externa, sentimentos de culpa exagerados e tendências suicidas, era conhecida por Melancolia. Hipócrates (um antigo pensador grego) atribuía a causa da depressão ao acúmulo de bile negra no organismo, e o tratamento consistia em expurgantes, o que não ajudava nada. Platão descreveu a mania ou a fúria dos poetas como sendo um estado de excitação. Homero descreveu em Ilíada um herói desfavorecido pelos deuses que “...vagava sozinho, a alma por dentro a roer e a fugir do convívio dos homens...”. Na Bíblia Sagrada vemos referências à natureza depressiva do rei Saul, como também há uma descrição interessante da depressão no Livro de Jó. Areteo de Capadócia (50 – 130 A.D.) considerou que as síndromes maníacas e depressivas constituiam um só transtorno, diferenciando apenas síndromes somáticas (acúmulo de atrabílis) e reativas (mal do amor).
Entretanto, na Idade Média a censura da Igreja ao pensamento greco-romano fez cessar a busca pelo conhecimento científico-natural, fazendo surgir então o pensamento mágico religioso. Foi nesse período que as doenças receberam a conotação de pecado, vício e problema ético-moral. Sendo assim, todos os doentes psíquicos (inclusive os depressivos) foram incluídos entre os feiticeiros, possuídos, e ociosos. Essas teses religiosas, apesar de infundadas influenciam até os dias de hoje o pensamento popular sobre os distúrbios mentais. Ou seja: grande parte da população acredita que a depressão possa ser fruto de influência demoníaca, ou ociosidade, e que o remédio para a depressão seja trabalhar.
Nos últimos anos a “DEPRESSÃO” popularizou-se ainda mais, tanto por ser um transtorno psiquiátrico importante, que teve grandes avanços científicos e tecnológicos de diagnóstico e tratamento, quanto pela gravidade e abrangência epidemiológica, pois hoje ela atinge cerca de 20% da população mundial e pode levar a pessoa a cometer suicídio.
Existem muitos preconceitos e informações inverídicas que sustentam um comportamento populacional inadequado. É preciso ler, entender, conhecer a Depressão, pois certamente em algum momento da vida todos irão conviver com ela, seja sofrendo pelo transtorno, seja convivendo com alguém que sofre.

Confira a próxima postagem em que explicarei um pouco sobre como a depressão age no cérebro, corpo e comportamento das pessoas.


3 de mai. de 2016

Fobia

Vamos conversar um pouquinho sobre os medos? Você sabia que todos temos medos, e que os medos são sentimentos derivados da ansiedade? Pois é! O medo é uma das emoções mais básicas do ser humano, e graças ao medo nossa espécie sobreviveu até os dias de hoje! O medo de morrer nos faz reconhecer situações perigosas, impedindo de pular grandes alturas, nos mantém distantes de cobras, leões, ursos... Ele é necessário para que evitemos perigos, e na medida certa é muito saudável. Na vida do homem das cavernas o medo era um sentimento essencial, pois diante qualquer situação que representasse risco à sua vida ou integridade física, o medo era ativado, liberando uma série de hormônios e substâncias neuroquímicas que ativam o sistema nervoso simpático e parassimpático, preparando o homem para lutar ou correr. Só que as eras se passaram, a vida das pessoas hoje mudou muito. Hoje situações que podem ser percebidas como um risco à vida e a integridade, podem não ser tão graves assim, como uma mulher usando um vestido igual ao meu numa festa, ou a presença de um colega de trabalho muito competitivo. Mas o cérebro as entendem como se fossem perigo, gerando sentimentos de insegurança, que por períodos prolongados podem levar à estafa, ou criando os medos patológicos, que como muitos já devem ter ouvido falar, são chamados de FOBIAS. Como há uma grande variedade de medos, a criatividade para dar nome às fobias é incrível: aracnofobia (medo de aranhas), hidrofobia (medo de àgua), claustrofobia (medo de lugares fechados), narebofobia (medo de nariz grande), rsrsrs tá certo a última eu inventei! Mas foi uma brincadeira, pois não importa do que você tem medo, importa como você se sente! Se você perde a razão, o controle sobre suas emoções e comportamentos, sente-se oprimido por esse medo, e ele não é racional, é simplesmente uma fobia. O medo patológico é algo que domina a mente da pessoa, e faz com que ela viva em função disso, elaborando estratégias para se esquivar do medo, e quanto mais a pessoa se esquiva do medo, maior ele se torna e mais comportamentos de esquiva a pessoa sente a necessidade de desenvolver, até que a pessoa tem parte de sua vida prejudicada por um medo irracional e sem sentido. Vou dar um exemplo: uma pessoa começa a pensar que morcegos são animais perigosos, e um dia pensa que um morcego poderia entrar pela janela da sua casa (mesmo nunca tendo entrado nenhum, e nem havendo nenhum ninho por ali perto). Então pelo medo de que o morcego entre pela janela da sala, a pessoa começa a manter a janela fechada quando está na sala. Mas depois a pessoa precisa manter a janela da sala sempre fechada, e aos poucos isso se estende para os outros cômodos da casa. A cada dia que o morcego não entra pela casa, ao invés de mostrar para a pessoa que não há perigo, ao contrário, ela pensa que é graças ao seu comportamento de esquiva (ou seja, ter fechado as janelas), que o morcego não entra, e por isso continua mantendo todas as janelas fechadas. A melhor maneira de superar os medos é enfrenta-los. Algumas pessoas podem ser capazes de fazer isso sozinhas, por sentirem-se fortes para isso. Outras no entanto podem estar mais fragilizadas, e assim precisarem da ajuda de um psicólogo para conseguirem enfrentar e superar seus medos. Mas lembrem-se de analisar o próprio medo antes de começar a pensar que está sofrendo de fobia! Se for um medo racional e funcional, que não atrapalhe sua vida não tem problema! Os medos certos e na medida certa são bem saudáveis!

Desejo a todos um ótimo dia, livre de morcegos, leões e jararacas!!!

Papai presente

O papel de um pai da vida dos filhos é inegavelmente importante, pois é a presença paterna que auxilia a pessoa a: desenvolver habilidades sociais mais expansivas, ser autoconfiante, entre outras habilidades, que são diferentes das ensinadas pelas mães. Diversos estudos realizados, em diferentes universidades dos EUA e da Europa, demonstraram que famílias ajustadas com mãe e pai presentes de forma física e emocional na vida dos filhos, são fundamentais para o sucesso na vida escolar e profissional, na prevenção do envolvimento dos jovens com drogas e criminalidade, bem como para a formação futura de famílias bem sucedidas. Entretanto o papel do pai não é simplesmente o de existir, ou de trabalhar e levar dinheiro para casa. Nunca foi só isso, mesmo quando pensamos nos tempos em que as mulheres ficavam em casa cuidando exclusivamente da família.
Desde os tempos em que o homem era o provedor da família até os dias de hoje, sempre houveram aqueles que se envolviam mais com o cotidiano dos filhos, e assim ensinam valores, cobram posturas e comportamentos, acompanham e auxiliam no rendimento escolar. Infelizmente esse tipo está cada vez mais raro. E também sempre houve aqueles que “não tem cabeça para isso”, pois pensam que a função deles é a de trabalhar e prover dinheiro, pois a mulher deve cuidar de todo o resto. Quantas pessoas não são capazes de reconhecer o pai que chega em casa do trabalho, toma banho, janta, vê televisão e se ocupa do celular até a hora de dormir? Pois é, não mudou muito, só se acrescenta o celular! O assustador na verdade, é que o índice de pais que participam do cotidiano familiar está cada vez menor. Claro que existem muitos fatores novos a serem considerados. Os pais normalmente tornam-se ainda mais ausentes quando não vivem na mesma casa que os filhos, e normalmente isso não é razão suficiente para esse comportamento.
O envolvimento do pai na vida dos filhos vai muito além ao provimento financeiro, e começa muito antes dos pequenos começarem a engatinhar!  É compreensível que durante a gestação a maioria dos homens não consigam estabelecer um contato muito próximo com o bebê, até mesmo porque essa é uma fase de transição importante, muitos tem dificuldades com a figura paterna de suas lembranças, ou não estão confiantes de seu próprio papel paternal. Entretanto a partir do momento do nascimento surge o compromisso e a necessidade da formação desse vínculo afetivo, pois o filho agora é uma pessoa única e presente para se relacionar com quem quer que esteja interessado. É também uma pessoa absolutamente dependente de cuidados, que não precisam ser exclusivamente maternos. Bebês não precisam só do leite materno, eles precisam trocar de fraldas (se o papai morre de nojo de um cocô, porque a mamãe não sentiria o mesmo?), tomar banho, arrotar, e de muito, muito, muito colinho, inclusive de madrugada, TODOS OS DIAS.
Conforme esse bebê cresce, aumentam as oportunidades para o pai se envolver na rotina do filho. O pai pode participar da inserção de frutas, papinhas e sucos, ajudar o bebê a aprender a andar e falar, brincar de bola e do que mais tiver que a criança goste, ajudar a criança a ir no banheiro e assim facilitar a consolidação do desfraldamento. Também é interessante a participação ativa nas refeições das crianças, estimulando as crianças a comerem de forma saudável. Em todos esses momentos a construção dos laços afetivos se solidificam, facilitando as tarefas mais importantes (e também as mais difíceis) no desenvolvimento dos filhos. Afinal de contas, logo vem a vida acadêmica da criança, em que os pais precisam estudar junto aos filhos, acompanhar a vida escolar e a socialização das crianças. Não dá para esperar chegar a adolescência, pois nessa fase os laços afetivos precisam já estar consolidados, para que o adolescentes tenha confiança na família em guia-lo para a vida adulta. A confiança vem de laços afetivos fortes e construídos ao longo do tempo, o que é responsabilidade dos pais em formar, não basta só a mãe, ou só o pai, é preciso dois, assim como foi preciso na hora de conceber. A mãe é capaz de fazer uma parte, mas não o todo, e o oposto também é verdade.
Observo muitas mulheres, desde aquelas que os filhos já estão adultos, até aquelas cujos rebentos ainda são recém-nascidos, entre as que ficam em casa cuidando da família e as que saem para trabalhar igual aos maridos, e cerca de 80% dessas mulheres se queixam que os maridos nunca ajudam. São queixas bem variadas sobre o que os homens não fazem para ajudar: não trocam fraldas (principalmente as de cocô), não dão banho, não colocam para dormir, não sabem fazer a mamadeira (que tem a receita impressa no rótulo do leite), não ficam com a criança para a mulher fazer outras coisas (não ficam nem para a mulher fazer as tarefas da casa, menos ainda para elas descansarem), não ajudam com as tarefas escolares, etc. Mas as duas queixas campeãs são: não acordam à noite quando o filho chama, chora, acorda, etc., e não ajudam a educar com limites. Entretanto, muitas vezes o problema pode estar com as mães, que centralizaram todos os cuidados do bebê, atrapalhando a aproximação do pai, no momento mais delicado, que é o da formação de uma vida a partir do começo.  É muito comum as mulheres assumirem todas as responsabilidades, como se o bebê fosse apenas delas, uma atitude bastante responsável, mas bem prejudicial para o próprio bebê, pois o pai também está devidamente qualificado para cuidar, e precisa cuidar para aumentar o vínculo. Claro que esse não é o único motivo, existe também o cultural e do comodismo, mas é preciso comprometer o pai na função de cuidar do filho em qualquer situação, pois a aproximação através dos cuidados promove um vínculo afetivo tão forte que é capaz de superar quase todas as barreiras.
Boas dicas:
O papai pode trocar as fraldas
O papai pode aprender a ler os rótulos e assim saber fazer a mamadeira
Os papais podem se divertir muito lendo histórias, inventando contos, cantando e brincando com o bebê

Os papais que revezam a noite com as mamães sentem-se mais próximos dos filhos

26 de abr. de 2016

Como vai você!

Oi! Tenho sido convidada a participar de um programa de rádio matinal muuito bacana! É o programa do Francisco Barbosa, que é transmitido pela 96FM durante a semana, pela manhã. Minha participação costuma acontecer nas terças feiras, por volta de 9:40h, no quadro "como vai você"! A cada semana é falado um tema diferente, e depois costumo compartilhar no snapchat algo mais sobre o tema.
Quem puder ouvir e me dizer se gostou, pedir temas, criticar, etc, vai ser bem legal ter um feedback de ouvintes, já que a equipe é fofa demais para me criticar (rs)!

Ansiedade

Como eu já havia mencionado na postagem sobre o ACALME-SE, a ansiedade faz parte das nossas vidas, precisamos dela para fazermos o nosso melhor, nos empenharmos nas tarefas, e até mesmo para sair da cama pela manhã! A ansiedade é parte de nossas emoções evolutivas, portanto necessária e saudável. Existem pessoas que são mais ansiosas por natureza, é só lembrar daquelas pessoas que são bem agitadas, como que funcionando com voltagem 320, enquanto o restante das pessoas funciona com a voltagem 110. Essa característica não significa um problema em si, muitas pessoas podem funcionar de forma saudável assim.
As pessoas deveriam aprender a lidar com a ansiedade (bem como todos os outros sentimentos), desde cedo na vida, ainda na infância. A própria família deveria ser capaz de dar as ferramentas necessárias: exercitar a empatia, a compaixão, o teste de realidade, o consolo, a capacidade de reparar e buscar soluções realistas, e a capacidade de relaxar. Entretanto nem sempre as famílias são bem sucedidas, e nesses casos, uma pessoa que tenha a personalidade um pouco mais ansiosa, irá intensificar esses sentimentos, tornando-se constantemente preocupada, angustiada, e muito ansiosa... A ansiedade elevada pode levar a pessoa a desenvolver diversos transtornos mentais se não for tratada logo. Pode causar depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos fóbicos, transtorno do pânico, transtorno de compulsão alimentar, gastrite nervosa, etc... Por isso é importante que a pessoa avalie seu nível de ansiedade, pois se alguma esfera de sua vida está sendo prejudicada devido sua ansiedade (familiar, profissional, amorosa,  social, financeira), então é necessário buscar um tratamento psicológico o quanto antes.
O tratamento cognitivo comportamental da ansiedade visa a ensinar ao paciente, a lidar com a ansiedade, desenvolver a habilidade de relaxar e conviver com a ansiedade, melhorar a qualidade dos pensamentos, do teste de realidade, bem como desenvolver habilidades necessárias para o manejo das emoções. Quanto antes o tratamento é iniciado, mais fácil e rápido se atinge os objetivos, entretanto quando se prorroga o inicio dos cuidados, outras morbidades psíquicas podem se desenvolver associadas a ansiedade, dificultando muito o processo terapêutico, que se tornará mais difícil e longo.
Uma excelente dica de manejo da ansiedade está no post ACALME-SE, leia lá como um complemento ok!
Bjs e relax! ;-)

25 de abr. de 2016

Psicologia Inversa

Hoje vamos falar sobre a psicologia inversa, que é muito falada entre as pessoas e profissionais de comunicação, conhecida por ser uma técnica de persuasão, ou de manipulação... Depende do ponto de vista e do uso... Teoricamente você poderia convencer uma pessoa a fazer algo, dizendo a ela para fazer exatamente o oposto. Vamos testar: NÃO PENSE EM UM AVIÃO VERMELHO! Todos são obrigados a pensar num avião vermelho, até mesmo para não pensar. 
Usar a inversão para fazer pensar é mais fácil do que levar uma pessoa a agir. Isso funcionaria melhor com aquelas pessoas pessoas mais reativas, ou rebeldes, pois essas poderiam ser impelidas a se comportar com o inverso do que é dito, simplesmente por não aceitarem receber ordens. Mas o efeito é questionável, pois se você disser à um adolescente “não arrume o seu quarto”, ou “não estude matemática”, claro que o adolescente não vai arrumar o quarto e nem estudar. Por esse motivo, a psicologia reversa não é assim tão famosa entre os psicólogos, já que a sua eficácia é duvidosa, e o efeito provocado por essa técnica não se sustenta por um tempo satisfatório (logo a pessoa percebe que está sendo manipulada), além de gerar outros problemas nos relacionamentos e na comunicação. Isso pois a própria técnica da psicologia inversa exige que o praticante desperte sentimentos negativos na pessoa que quer manipular, para que essa queira contrariar o que for falado. Isso acaba por gerar conflitos, despertando sentimentos de aversão da pessoa que recebe o comando invertido para com a pessoa que envia a ordem inversa, o que desgasta o relacionamento entre as pessoas. 
Nos relacionamentos portanto, quando você percebe que a outra pessoa não quer fazer algo que é importante para você, antes de tentar manipulá-la com a psicologia inversa, tente se colocar no lugar do outro, entender o porquê dessa pessoa estar agindo assim, até mesmo para saber o quanto de colaboração pode esperar do outro, e como abordar o tema de forma mais eficiente. Como por exemplo pedir a um adolescente para arrumar o guarda roupas, é preciso pensar que para ele essa é uma tarefa cansativa, enfadonha e que ele julga desnecessário. Você poderia deixar ficar muito bagunçado até que ele não consiga achar mais nada, e então mostrar a importância de manter arrumado, ou pedir que ele encontre um objeto que está no guarda roupas dele, mas sumido entre a bagunça.
Algumas pessoas as vezes podem se sentir tentadas a usar a inversão com crianças pequenas quando percebem que ela faz exatamente o oposto do que é pedido, mas não se enganem, o comportamento da criança é um “teste” de limites que ela está fazendo, se você começar a usar a comunicação inversa, vai chegar uma hora que a habilidade de comunicação e compreensão dessa criança estará comprometida, de forma que ela não saberá se o inverso de guarde seus brinquedos, é não guardar ou guardar.
Por isso, apesar de ser fascinante a idéia de manipular a mente alheia, lembre dos perigos e problemas que envolvem o uso da psicologia inversa. Procure desenvolver comportamentos mais saudáveis, como a assertividade e a empatia!
Um grande abraço para todos!

*esse foi o tema da entrevista para o programa de rádio do Francisco Barbosa, na 96FM, em 26/04/2016 às 9:40.