1 de mai. de 2013

Trabalhar para viver ou viver para trabalhar?


1 de maio, dia do trabalho, dia de comemorar as leis trabalhistas que garantem ao cidadão brasileiro uma série de direitos e medidas de higiene de trabalho. Esse é o dia comemorar o trabalho, seja ele qual for. Todos trabalham de alguma forma, mas culturalmente o trabalho é considerado uma forma de tortura. Como pode uma fonte de realização se transformar em tortura?
Alguns crêem que Deus amaldiçoou o trabalho no Éden, mas veja como isso não é verdade: O homem que teme a Deus, comerá do seu trabalho, e feliz será (Salmo 128.1-2). Trabalho não é maldição, é um instrumento abençoado para complementar a vida do homem. O trabalho é fonte de bênçãos, realização, reconhecimento, socialização e até felicidade!
O problema é quando a pessoa vive para o trabalho, pois assim deixa de viver as outras partes importantes de sua vida como o lazer, a família, etc. Assim como a pessoa que não gosta e não se dedica ao trabalho viverá as consequências dessa escolha, a pessoa que só vive para o trabalho também sofrerá com isso. Esse problema é considerado um "vício em trabalho", chamado de workaholic na literatura profissional.
Um workaholic inicialmente irá vivenciar uma certa euforia, pois com sua dedicação integral terá um alavancamento profissional diferenciado. O problema é que isso não vai muito longe, pois enquanto a vida profissional está em plena ascensão a vida pessoal, familiar, afetiva e social, bem como a saúde física e mental estão indo ralo abaixo. O maior engano é que se ficar mais tempo no trabalho se sentirá melhor, produzirá mais e terá sucesso, ao menos no trabalho. O excesso de tempo no trabalho produz um acúmulo prejudicial de estresse. Isso reduz a capacidade de concentração e lentifica os processos cognitivos de aprendizagem e criatividade, reduzindo assim o potencial produtivo. Além disso, o estresse acumulado também interfere na qualidade do sono e do humor, fazendo com que a pessoa se torne menos sociável, reduzindo os seus indicadores de felicidade... Os passos seguintes na vida de uma pessoa viciada em trabalho são: solidão, tristeza, melancolia e vazio existencial, bem como o padecimento físico. As doenças mais comuns associadas a esse problema comportamental são as ortopédicas, digestivas, cardiológicas e psicológicas. No campo das doenças psicológicas encontramos os quadros de ansiedade generalizada e depressão como as principais encontradas nos consultórios. Com isso a ascensão parou, e a vida produtiva vai chegando ao fim, muito cedo...
O problema não é a dedicação ao trabalho, mas a falta de dedicação às demais coisas, que são sempre colocadas em último plano. Depois eu dou atenção aos meus pais, até o dia que eles não estão mais disponíveis. Depois dou atenção ao cônjuge, até o dia que pede divórcio. Depois dou atenção aos filhos, até que eles saem de casa... Depois vou ao médico....
Para tudo na vida há tempo, há o momento de trabalhar, e esse é chamado de horário de expediente, que quando é encerrado se inicia outro expediente, onda sua vida pessoal. Saber balancear entre profissional e pessoal, trabalho e lazer é o que garante uma vida feliz e plena além de garantir sucesso profissional também.

Tudo que vier às suas mãos para fazer, faze-a conforme as tuas forças – eclesiastes 9.10





7 de mar. de 2013

Como familiares podem ajudar pessoas deprimidas.

O apoio familiar ao paciente com depresão representa 60% a mais de chances da pessoa vencer a depressão. Entretanto a maioria das pessoas não sabem o que é a depressão, nem como ajudar, e acabam usando os recursos que tem, sem buscar ajuda para saber como ajudar!
Isso mesmo, receber ajuda para poder ajudar!

A depressão é um transtorno do humor grave, com prevalência média de 14,6% entre a população (fonte: ONU, 2012). No entanto o desconhecimento sobre essa doença, bem como os preconceitos à ela associados, dificultam o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz, o que provoca a piora dos sintomas dificultando ainda mais o tratamento, e prolongando o sofrimento das pessoas.
As famílias que tem um membro portador de depressão, podem desempenhar um papel fundamental na vida desse indivíduo, auxiliando na melhora dos sintomas da doença. Mas para poder ajudar é preciso repensar muitos conhecimentos e preconceitos.
É importante que não se negue a existência da depressão, não desestimule a pessoa a fazer o tratamento, nem desmereça o que a pessoa sente. Depressão é uma doença grave e sem cura, que pode levar ao suicídio, sendo essa a oitava causa de morte entre os adultos. Esse transtorno não pode ser controlado apenas com a "força do pensamento" nem com o trabalho exaustivo, assim como a hipertensão e a diabetes, que também são doenças graves e sem cura, cujas causas ainda são desconhecidas, tal qual a depressão. Ou por algum acaso, alguém já foi curado de hipertensão com o pensamento positivo, ou com o trabalho exaustivo?
Assim como no caso da diabetes, da hipertensão e de outras doenças do gênero, a pessoa com depressão pode conquistar uma qualidade de vida e bem estar caso siga corretamente o tratamento psicoterapêutico e medicamentoso (é importantíssimo realizar os dois, pois um sem o outro seria como o diabético que usa a insulina mas não faz dieta). Nesse contexto é que o papel da família é primordial, pois a atitude compreensiva, incentivadora e realista, irão diferenciar exponencialmente os resultados positivos do tratamento. É uma atuação delicada, pois o limiar entre o correto a se fazer e o errado é bem difícil de distinguir num primeiro momento, mas com boa orientação é possível se sairem muito bem! É preciso acolher e compreender, sem ceder e aceitar às demandas negativas e restritivas da depressão, para isso a família irá precisar de muita ajuda, para saber como agir. Em primeiro lugar é preciso conversar com os profissionais que estão trabalhando com seu familiar. O médico poderá lhe ajudar explicando as reações esperadas da medicação, e quais aspectos é preciso observar em casa, quando pedir ajuda, etc. Ter uma conversa franca e aberta com a psicóloga, sobre como tem se sentido, suas expectativas e frustrações em relação à pessoa, também ajudará muito pois ela poderá lhe explicar um pouco mais sobre a depressão, alguns comportamentos que podem ajudar o relacionamento familiar no dia a dia, e ainda indicar bons livros para que vocês leiam e entendam melhor o que ocorre dentro de sua família. É essencial que todos APRENDAM sobre a depressão, pois apesar do muito que se fala quase nada é verdade, e isso atrapalha e frustra todos os envolvidos. Na hora de buscar conhecimentos, é importante que se use fontes confiáveis, bons livros (normalmente os recomendados pelo médico e pela psicóloga são mais confiáveis em seu conteúdo, bem como específicos ao que tem enfrentado), os sites precisam ser de fontes idôneas, os oriundos de profissionais especializados são os indicados, ou seja sites desenvolvidos por médicos e psicólogos. Esse conhecimento será muito útil para a família, afim de saber o que esperar e como agir diante a depressão da pessoa que lhe é tão próxima, além de poder compartilhar esse conhecimento com a pessoa deprimida, que na maioria das vezes tem suas funções cognitivas (concentração, aprendizado e memória) afetadas pela depressão, e por isso não será capaz de ler esses conteúdos sem ajuda.
A família deve também oferecer conforto, ao mesmo tempo que serve como uma consciência auxiliar no teste de realidade ao paciente com depressão. Ou seja, compreender, mostrar que a pessoa não está sozinha, mas esclarecer quais são os fatos e não dar subsídios para a pessoa ceder completamente à depressão. Não adianta forçar a pessoa a sair da cama se ela não tem energia, nem forçar a pessoa a sair e conversar com todos se a pessoa quer ficar sozinha, mas é preciso abrir as portas e convidar, bem como não abrir mão de fazer as coisas porque a pessoa não quer. Conversar com o deprimido e contar as coisas dinâmicas, interessantes ou divertidas que tem vivenciado, mostrando que essa pessoa poderia ter participado e como poderia ter participado também ajuda, pois pode ser um incentivo. Muitas vezes além da pouca energia, o deprimido acredita não ser capaz de interagir com as pessoas.
Por fim, e não menos importante, a atuação da família se estende também ao tratamento médico e psicológico do deprimido, ao ponto que a família pode observar sem as influências do pessismo da depressão, os sintomas que o paciente tem apresentado e deixado de apresentar, bem como avaliar a evolução do tratamento, afim de dar um feedback a esses profissionais, para que se possa adequar bem o tratamento ao paciente.


30 de jan. de 2013

Saudade



Trata-se de uma palavra que existe somente nas línguas galega e portuguesa, que descreve a mistura de sentimentos relacionados à falta, perda, amor, tristeza e nostalgia. Essa expressão surgiu há séculos atrás, no período das grandes navegações, entre as famílias de embarcados, para expressar os sentimentos que tinham relacionados aos entes ausentes.
A saudade é um sentimento natural, assim como a alegria e a tristeza. Pesquisadores sugerem que alguns animais (normalmente mamíferos) sejam capazes de experiênciar esse sentimento também. Como todo sentimento natural, é um sentimento saudável e importante na manutenção da saúde mental desde que sempre esteja equilibrado, permitindo que possamos experiênciar outros sentimentos também, conforme o momento e as circunstâncias.
Podemos experimentar saudade de diversos modos e intensidades. Pode-se sentir saudades de objetos perdidos, animais de estimação, comidas, filmes, perfumes, pessoas amigas, pessoas amadas, lugares onde estivemos, etc... E também existe a saudade que fica após termos perdido um ente querido devido falecimento, e este tipo de saudade é muito diferente, por envolver um processo de luto.
Quando temos saudade de algo que podemos recuperar, esse sentimento é nostálgico, embora possa ser saciado "matando a saudade", o que pode trazer sentimentos e emoções muito agradáveis. Entretanto a saudade que se experimenta devido um processo de luto, essa não poderá ser saciada, e por isso é muito importante conseguir desenvolver um processo de luto saudável, concluindo os ciclos necessários para a resolução desses sentimentos. Esses ciclos normalmente envolvem negação, raiva/revolta e por fim aceitação/superação. É importante que a pessoa possa compartilhar seus sentimentos e pensamentos, ser acolhida em sua dor. Normalmente desabafar junto aos outros enlutados é muito positivo, já que a dor compartilhada é dor diminuída. É confortante saber que não estamos sozinhos com a nossa dor, que há outras pessoas que estão passando pela mesma dor e tristeza que nós, e que podem nos compreender. Nessa troca ainda há mais benefícios, pois em grupo pode-se perceber no outro aquilo que não conseguimos perceber em nós mesmos, que mesmo com o sentimento de ausência, a dor e a tristeza, a vida continua e todos somos capazes e superar e seguir adiante. Fazemos isso naturalmente e não os damos conta, pensamos estar sufocados pela dor, mas ao vermos os outros superando, isso nos dá forças e ânimo.
Nas situações mais extremas como o enlutamento, os rituais religiosos são muito importantes para os indivíduos conseguirem se despedir do ente querido, obter conforto na ausência dos amados, e prosseguir na vida. O que em alguns momentos da vida pode parecer ilógico, na hora do luto é o que pode conseguir trazer algum significado à vida. O ato do velório, um momento onde os vivos se reúnem para despedir do ente falecido, e ali choram, se entristecem, lembram da vida daquela pessoa e dos fatos que as marcaram, esse é um processo de despedida, onde as pessoas vão elaborando suas emoções para começar a lidar com essa ausência definitiva. A seguir vem o enterro, que também possui seus significados, muito além de uma medida higiênica adotada há séculos quando da formação das primeiras cidades, o ato de enterrar finaliza a despedida, o adeus final. Momento muito delicado, triste, decisivo para as pessoas que se despedem, e nesse momento os atos religiosos mais uma vez são os capazes de trazer algum conforto e sentido à vida, na medida em que trazem significado à terra "da terra vieste e à terra retornarás", e na crença do pós vida, onde poderemos reencontrar um dia as pessoas amadas.
Esses processos devem ser respeitados, pois irão determinar uma recuperação mais rápida quando tudo acabar.
Entretanto, saudades que prendem a pessoa a uma vida que não existe mais devem ser tratados como processos patogênicos. Uma pessoa que não consegue superar o falecimento de um ente e vive em reclusão, continuamente triste, sem querer voltar a viver as alegrias do dia a dia, necessita de cuidados psicoterapêuticos, e muitas vezes acompanhamento médico também. Ou então a pessoa apegada à vida que teve num passado distante, ou em um local distante, e simplesmente não conseguem se adaptar e viver felizes e satisfeitas com a vida presente. Essas pessoas tem muita resistência a mudanças, e muita dificuldade de se adaptar. A necessidade nesses casos é de acompanhamento psicológico e análise da necessidade de um acompanhamento médico, caso haja um transtorno do humor ou da personalidade instalado.
A saudade é saudável enquanto não impede que a pessoa experiêncie os demais sentimentos e eventos que a vida tem a oferecer. Quando a saudade começa a dominar a vida de uma pessoa, é hora de buscar um atendimento psicológico.
Bons pensamentos e bons sentimentos!



Consumismo, Shopaholics, Compradores Compulsivos, Síndrome de Sushma...

Vivemos em uma sociedade de consumo, onde expressamos nossa identidade e estilo de vida através dos bens que consumimos. Um antigo vídeo de treinamento para atendentes de lavanderia já dizia que "a roupa é muito importante afetivamente para seu dono, pois representa parte de sua identidade". Esse vídeo já expressava um conceito que em pouco tempo se tornou mais abrangente e arraigado em nossa cultura, o conceito de consumo. O consumo hoje não é apenas para a subsistência, tornou-se um determinador de personalidades e estilos de vida. Não somente as roupas e sapatos, mas também carros, casa, decoração, lugares que se freqüenta e serviços que utiliza, também entram no rol de consumo dos dias de hoje. Hoje o que é considerado consumo necessário vai muito além da subsistência, não se diferencia apenas por classes sociais, mas também por ideologias, estilos de vida, formas de expressar-se. Com toda essa extensão que ganhou o conceito de consumo, a linha que separa o consumidor saudável do shopaholic tornou-se bem mais tênue.
O padrão patológico de comprar foi descrito em literatura de saúde há mais de um século, por Kraeplin e Bleuler. Oniomania, shopaholic, comprador compulsivo, síndrome de sushma, entre outros nomes, trata-se de um transtorno mental do espectro obsessivo compulsivo, que provoca desordem do humor e alteração dos padrões de comportamento. Pode associar-se a outros transtornos ainda, como a depressão, o roubo patológico, a paranóia, podendo levar a pessoa ao suicídio. Isso sem contar uma série de outros problemas que esse transtorno traz, como o endividamento, a perda de crédito, falência, roubos, desfalques, destruição dos relacionamentos amorosos e familiares, etc.
O comportamento patológico é caracterizado por:
*Excessiva preocupação em comprar
*Aflição ou prejuízo como resultado da atividade
*O comportamento de comprar demais não está limitado a episódios de mania/hipomania.

A compra inicialmente proporciona a sensação de ser especial e reduz a sensação de solidão, entretanto logo em seguida a pessoa experimenta sentimentos de decepção e culpa, que acabam desencadeando outro episódio de compra. Outros sentimentos também estão associados, como raiva, estresse, vergonha, etc. Em muitos casos a pessoa chega a ter medo e/ou vergonha de assumir que fez a compra, esse sentimento pode assumir uma intensidade tal, que logo após a compra, a pessoa destrói o item afim de esconder dos familiares e amigos o que fez. O preço desses comportamentos é o fim da saúde mental, financeira e emocional.
Há ainda um outro fator muito importante a ser abordado: crianças que crescem em um lar onde ao menos um dos pais é um shopaholic. Essas crianças crescem com baixa auto-estima por não serem valorizados enquanto seres humanos, indivíduos. Ficam muito sozinhas pois o relacionamento parental, que deveria ser a referência de desenvolvimento, é subvertido pelos bens proporcionados de conforto, brinquedos e comida. Além do sentimento de solidão e baixa auto-estima, essas crianças aprendem padrões de relacionamento distorcidos, orientados para as coisas e não para as pessoas.
É necessário que o comprador compulsivo procure a ajuda de um psicólogo, realize o tratamento psicoterapêutico e médico, que envolverá consultas semanais de psicoterapia, e mensais e/ou quinzenais com o médico. Somente assim a pessoa será capaz de restabelecer seu equilíbrio financeiro, pessoal e familiar, resgatando os relacionamentos e a saúde perdida.


Novas entrevistas

Ontem no RJ 2a edição foi ar uma participação em entrevista ao vivo sobre a inclusão digital da terceira idade, os benefícios e cuidados.
Hoje para a rádio 99,3FM uma nova entrevista foi ao ar às 10:15 sobre o sentimento da saudade.
Nesse sábado teremos também uma pequena participação no Rio Sul Revista da Rede Globo sobre a percepção humana e seus fenômenos.

29 de jan. de 2013

Inclusão digital da terceira idade

A inserção da terceira idade em ambientes virtuais pode trazer inúmeros benefícios à saúde física e mental desses indivíduos, mas é importante que essa mudança de hábitos seja criteriosa.
O ambiente virtual possibilita um novo paradigma à vida das pessoas na melhor idade. Há bem pouco tempo quando as pessoas atingiam uma certa idade, ao invés de "aproveitar a vida" na verdade sofriam perdas importantes. Perdas sociais, afetivas, familiares e físicas, deixe-me explicar: após uma aposentadoria a pessoa se via desprovida de todo o convívio social e profissional que a vida laborarativa o propiciava, com isso fica reduzido o convívio social e as pessoas tendiam a ficar reclusas, mas sem encontrar outras atividades que pudessem preencher o vazio que se formou. Todo esse tempo ocioso, dedicado à nada, promove atrofia física e mental, além dos transtornos psiquiátricos, sendo mais comum a depressão. O principal assunto da vida dessas pessoas, em muitos casos, passava a ser o de doenças e dores, bem como sua visitas ao médico e seus exames de saúde (consultórios e laboratórios se tornavam o destino de "passeios"). Assim o convívio familiar também se reduz (o idoso ou torna-se inconveniente por sua ansiedade de contato, ou se afasta pela tendência à reclusão). Dessa forma a qualidade de vida se reduz, e isso aumenta potencialmente o envelhecimento do organismo e a propensão em desenvolver doenças.
Outro fator muito interessante, é o envelhecimento mental. Além do envelhecimento natural do sistema neurológico que ocorre com os anos de vida, o cérebro funciona quase que como um músculo! Se você está sempre exercitando, utilizando e nutrindo, os músculos tendem a ficar saudáveis e fortes, mas se você mal os utiliza e pouco nutre, ficarão fracos ao ponto de mal serem capazes de sustentar o seu peso. Com o cérebro também é assim, por isso muitas vezes um idoso sofre de demência precoce, ou seja, seu cérebro poderia estar mais ativo e saudável se fosse constantemente usado, exercitado com a aquisição de novas habilidades e conhecimentos, e nutrido, claro, com uma alimentação balanceada, bons sentimentos e bons pensamentos!
A internet não é a resposta para resolver todas as questões dos idosos, mas é um recurso fascinante e envolvente que pode trazer novo fôlego às emoções dessas pessoas! A possibilidade de encontrar antigos amigos, há muito tempo distanciados, as chances de fazer inúmeras novas amizades, e a imensa quantidade de conhecimentos fascinantes à distância de um clik! Novos assuntos e novas possibilidades extremamente acessíveis!
Existe um movimento da terceira idade no mundo digital, podemos encontrar a terceira idade entre blogueiros e nas redes sociais, há inclusive redes sociais especializadas no público da terceira idade. Há idosos que voltaram a estudar, seja por e-learning ou presencial, mas num geral estimulados pela atual acessibilidade aos conhecimentos.
É muito proveitoso a utilização desses recursos na terceira idade, podemos observar que é também fundamental o apoio e incentivo dos familiares, pois essa novidade toda pode causar estranhamento, insegurança e medo (sensação de incapacidade) no princípio. Muitas vezes cabe à família incentivar, ensinar e orientar o seu ente querido a como usar esse recurso. Como nem sempre as pessoas tem a disponibilidade de tempo para ensinar tudo o que é necessário, existem muitos cursos de informática que podem fazer esse papel.
As orientações e cuidados que os indivíduos da melhor idade devem ter, são mesmos indicados à todos os usuários de internet, a seguir as principais recomendações:
*Cuidado com as informações que dispõe no mundo virtual (em hipótese alguma devem ser fornecidos: dados financeiros, números ou cópias de documentos, endereço, nomes e dados de parentes). Salvo aqueles que estão bem familiarizados com a internet e sabem utilizar para transações financeiras, que só podem ser efetuadas em sites seguros com os certificados digitais e com aprovação do banco. Mesmo nesses casos, todo cuidado é pouco.
*Saiba sempre que não há como ter certeza de quem está do outro lado do computador, pode ser uma pessoa fantástica, como pode ser um estelionatário ou um psicopata, portanto não se exponha demais. Quando fizer uma amizade e quiser conhecer essa pessoa ao vivo, nunca vá sozinho e sempre combine o encontro em locais públicos.
*Não se deve substituir a internet pela vida real, o uso da internet deve ter limites, o ideal é de no máximo 3h ao dia, a pessoa precisa conviver com sujeitos reais, ao vivo! Visitar amigos, fazer atividades físicas como aulas de alongamento, hidroginástica, dança e tantas outras é importante além de ser local de aquisição de novas amizades também!
*A noite foi feita para dormir e descansar, e não para ficar navegando na web!
Ficar recluso vivendo somente no ambiente virtual pode deflagrar severos transtornos do humor, não é saudável em nenhuma fase da vida!