5 de jun. de 2020

Carta às Mamães

Bem vinda à vida de mãe, é assim mesmo! Desde cedo os bebês começam a mostrar a que vieram. São geniosos mesmo, cheios de seus próprios gostos e vontades. Cada mãe escolhe como que vai moldar, se vai dar asas, aparar ou cortar kkkk. Mas seja qual for a opção, depois precisamos lidar com elas. Quando criamos as crianças cheias de independência, depois precisamos lidar com a dor de elas não nos solicitarem mais. Se criamos dependentes, precisamos conviver com desgaste de termos que fazer tudo sozinhas. Se deixamos seguirem seus próprios gostos, lidaremos com uma criança que acha que o mundo se curva às suas vontades. Se não permitimos que tenha opinião própria e apenas obedeça, teremos a angústia de ter sufocado a vontade e a criatividade....
Não existem escolhas simples, somente a necessidade de termos muita paciência, e reflexão. As vezes precisamos recuar dois ou três passos de evolução para voltarmos a evoluir, e sempre cometemos erros! Mas precisamos encontrar alguma paz nisso. Aprendermos a corrigir nossos erros sempre que possível, ou pelo menos da melhor forma possível. Aceitarmos que se cometemos erros, foi porque estávamos fazendo o nosso melhor possível, naquele momento.
Não existe super mãe, a infalível e que sabe tudo. Algumas mulheres apenas FINGEM que são, pois isso alivia outras dores e sofrimentos que elas carregam consigo mesmas. Não precisa se sentir diminuída, hostilizada ou até mesmo hostilizar essas mulheres! Entenda que elas também estão tentando fazer o melhor que podem, ou conseguem! A máscara de super mãe está ali para manter aquela mulher de pé, pois provavelmente (em 99,99% dos casos) outras partes da vida dessa mulher estão ruindo. Para nós de fora pode parecer que elas têm a vida perfeita, mas com certeza para elas mesmas existe uma frustração, um vazio que compensam assim.
Não caia na armadilha de “comparar” a evolução de filhos... sempre começa com “a minha consegue...” é uma armadilha! Caia fora! Praticamente todas as crianças irão conseguir alcançar todos os marcos evolutivos, e no final das contas não fará diferença quem andou ou falou primeiro, não é uma corrida. Cada criança tem o seu momento, e depois que chegam na fase dos 9 anos de idade nada disso mais fará sentido. Comparar desempenho acadêmico? Depois dos 22anos nada disso mais terá sentido. Então esqueça as medidas do desenvolvimento, milimetricamente fiscalizadas por mães neuróticas, e concentre-se em comemorar cada marco importante para você e seu bebê, pois assim será uma aventura e uma coleção de lembranças incríveis!!!
As avós, tias avós, são uma benção! Tem muito conhecimento de vida. Mas fazem muitos anos que elas cuidaram de bebês. Devemos ouvir o que elas têm a dizer com respeito, mas precisamos usar um filtro... Confirme as informações, se de fato podem produzir o resultado que você deseja. Não saia simplesmente fazendo tudo o que elas dizem que você deve fazer, pois isso teria o potencial de deixar você como um cego em meio ao tiroteio. Você é a mãe, é sua vez de criar, com os seus próprios erros e acertos! Aproveite da sabedoria delas, mas seja forte para impor o seu ponto de vista: é eu sei que você é forte o suficiente para isso!
As gerações de mães anteriores tiveram muito disso, de projetar as necessidades delas em seus filhos, e muitas mulheres hoje em dia sofrem nos relacionamentos com suas mães, exatamente por esse motivo... Este é um conflito de amor e frustração constante, o relacionamento pautado em expectativas e frustrações sempre terá dificuldades em encontrar o equilíbrio e a paz. Mas mesmo com todas as suas dificuldades, existe muito amor entre mãe e filha, e as duas sempre irão tentar conviver e se amar, mesmo com as dificuldades... e faz parte... dá um “sabor”... imagina se na vida tudo fossem flores? As flores seriam ordinárias e nada especiais...
Sabe... filhos devem ser criados para a vida, para o mundo, precisamos curtir tudo o que pudermos quando estão conosco. Existe toda uma nova geração de mães que procuram evitar projetar suas necessidades nos filhos (sonhos, desejos, necessidades). Nas gerações mais novas tenho percebido relacionamentos diferentes, mães que respeitam a individualidade e admiram seus filhos incondicionalmente. Oferecem a mão e o apoio, sem “tapar o sol com a peneira” pois são capazes de enxergar seus filhos exatamente como são, e oferecem respeito. É uma decisão difícil, mas creio que você, por experiência própria, sabe bem como é ter que corresponder expectativas, pois sentiu-se assim com sua própria mãe, bem como a frustração que vem com isso. Que todas nós consigamos construir relacionamentos melhores para o futuro, e se não conseguirmos, tudo bem, pois fizemos o nosso melhor.