Hoje vamos falar sobre a psicologia inversa, que é muito falada entre as pessoas e profissionais de comunicação, conhecida por ser uma técnica de persuasão, ou de manipulação... Depende do ponto de vista e do uso... Teoricamente você poderia convencer uma pessoa a fazer algo, dizendo a ela para fazer exatamente o oposto. Vamos testar: NÃO PENSE EM UM AVIÃO VERMELHO! Todos são obrigados a pensar num avião vermelho, até mesmo para não pensar.
Usar a inversão para fazer pensar é mais fácil do que levar uma pessoa a agir. Isso funcionaria melhor com aquelas pessoas pessoas mais reativas, ou rebeldes, pois essas poderiam ser impelidas a se comportar com o inverso do que é dito, simplesmente por não aceitarem receber ordens. Mas o efeito é questionável, pois se você disser à um adolescente “não arrume o seu quarto”, ou “não estude matemática”, claro que o adolescente não vai arrumar o quarto e nem estudar. Por esse motivo, a psicologia reversa não é assim tão famosa entre os psicólogos, já que a sua eficácia é duvidosa, e o efeito provocado por essa técnica não se sustenta por um tempo satisfatório (logo a pessoa percebe que está sendo manipulada), além de gerar outros problemas nos relacionamentos e na comunicação. Isso pois a própria técnica da psicologia inversa exige que o praticante desperte sentimentos negativos na pessoa que quer manipular, para que essa queira contrariar o que for falado. Isso acaba por gerar conflitos, despertando sentimentos de aversão da pessoa que recebe o comando invertido para com a pessoa que envia a ordem inversa, o que desgasta o relacionamento entre as pessoas.
Nos relacionamentos portanto, quando você percebe que a outra pessoa não quer fazer algo que é importante para você, antes de tentar manipulá-la com a psicologia inversa, tente se colocar no lugar do outro, entender o porquê dessa pessoa estar agindo assim, até mesmo para saber o quanto de colaboração pode esperar do outro, e como abordar o tema de forma mais eficiente. Como por exemplo pedir a um adolescente para arrumar o guarda roupas, é preciso pensar que para ele essa é uma tarefa cansativa, enfadonha e que ele julga desnecessário. Você poderia deixar ficar muito bagunçado até que ele não consiga achar mais nada, e então mostrar a importância de manter arrumado, ou pedir que ele encontre um objeto que está no guarda roupas dele, mas sumido entre a bagunça.
Algumas pessoas as vezes podem se sentir tentadas a usar a inversão com crianças pequenas quando percebem que ela faz exatamente o oposto do que é pedido, mas não se enganem, o comportamento da criança é um “teste” de limites que ela está fazendo, se você começar a usar a comunicação inversa, vai chegar uma hora que a habilidade de comunicação e compreensão dessa criança estará comprometida, de forma que ela não saberá se o inverso de guarde seus brinquedos, é não guardar ou guardar.
Por isso, apesar de ser fascinante a idéia de manipular a mente alheia, lembre dos perigos e problemas que envolvem o uso da psicologia inversa. Procure desenvolver comportamentos mais saudáveis, como a assertividade e a empatia!
Um grande abraço para todos!
*esse foi o tema da entrevista para o programa de rádio do Francisco Barbosa, na 96FM, em 26/04/2016 às 9:40.
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