18 de ago. de 2010

Crises da vida...

Recebi uma sugestão de escrever sobre a crise dos 30, e pesquisando sobre isso pude fazer uma reflexão que gostaria de compartilhar...
As pessoas falam na crise da adolescência, na crise dos 30, dos 40, dos 50, agora também dos 60, e por que não dizer da crise dos 70, 80, 90... Encontrei até sátiras sobre esse tema, que são no mínimo engraçadas. Mas um ponto importante, seria pensar: "então a vida é uma crise?". Se for para ser negativo poderíamos dizer que sim, mas não seria nada motivador, além de não refletir a realidade do dia a dia das pessoas. Vamos racionalizar juntos:
Consideremos a primeira "crise": o nascimento! Saímos de um ambiente aconchegante e seguro onde somos nutridos sem precisar fazer qualquer esforço, e somos obrigados a respirar, usar a boca para obter alimento, enxergar cores variadas, sentir os toques, temperatura, ruídos...'e ainda ganhamos um tapa! Por outro lado, saímos de um ambiente confinado e ganhamos uma infinidade de possibilidades, uma vida toda que apenas está começando. De uma ausência total de estimulações passamos a interagir, receber carinho, banhos quentes, o aconchego do seio materno. Experimente num sábado qualquer, ao acordar, não abrir os olhos, não sair da cama, ficar em posição fetal com um tubo ligado à sua boca lhe provendo um líquido nutritivo qualquer à sua escolha. Quem fizer isso por favor poste o comentário aqui sobre quanto tempo conseguiu manter essas condições, e se conseguiria imaginar passar o resto da vida assim... Sendo assim,  nascimento não é uma crise, mas sim uma dádiva! Representa a evolução, o crescimento, a abertura de novas possibilidades. Crise número um derrubada!!!
A segunda crise que todos falam, é a da adolescência. O corpo está mudando, crescem pêlos em vários lugares, a voz muda, os órgãos sexuais amadurecem, os hormônios mexem com o corpo e os humores, a sociedade começa a cobrar responsabilidades e amadurecimento, a pessoa precisa definir sua personalidade e seu caráter... São muitas coisas que acontecem, deixar de ser criança e se tornar um adulto não é da noite para o dia, e nesse período é muito grande para certoas coisas e muito pequeno para outras. Mas por que isso é uma crise? Desde quando mudar, amadurecer, aprender a ser independente e conquistar uma identidade é uma crise? A adolescencia é um período "dourado", onde as experiências mais divertidas, descontraídas acontecem, é uma fase de "experimentação", onde a pessoa quer conhecer o mundo de uma vez só, consegue empregar paixão em tudo que faz, sente-se livre para conquistar o mundo com uma disposição que nunca mais terá! Lógico que tudo isso quando o adolescente está inserido em uma família que o permita ter suas experiências enquanto é capaz de exercer um controle sadio, oferecendo orientação, podando assertivamente quando necessário, estabelecendo limites, regras, etc. Enfim, é a parte da vida onde queremos fazer de tudo, temos paixão em tudo que fazemos e não conhecemos todas as implicâncias de nossos comportamentos, onde entra a família para nos proteger. Isso não é crise, é desenvolvimento!
Crise número dois: derrubada.
Depois dessa, vem a que tenho ouvido ultimamente: Crise número 3 - A crise dos 30 anos de idade. Bem, essa é popularizada pela vaidade excessiva = o corpo não é mais tão belo quanto aos vinte e poucos anos, o desempenho físico não é o mesmo, ganhamos peso com mais facilidade, nos cansamos mais depressa, não temos a mesma disposição e vigor dos vinte anos, algumas mulheres solteiras começam a acreditar que nunca vão conseguir um companheiro para compartilhar a vida, outros acreditam que atingiram o àpice profissional e nunca mais vão poder evoluir no mercado de trabalho, etc... É lógico que com o passar dos anos, o metabolismo do corpo muda, e tudo isso é influenciado pelos hábitos de vida. Vamos analisar quem faz essas queixas? Essa pessoa tem uma alimentação saudável, equilibrada, com vegetais, fibras, alimentos nutritivos? Essa pessoa pratica alguma atividade física com regularidade superior à três vezes por semana? Essa possui mantém uma vida social satisfatória? Quando já possui filhos, como é a rotina dessa pessoa? Muitas vezes a pessoa necessita de uma mudança brusca em seu estilo de vida, adequar-se à sua realidade é o primeiro passo para conseguir viver seus 30 anos com felicidade e satisfação. Ter uma alimentação saudável não é difícil, o difícil é a pessoa querer colocar em seu prato agrião, acelga, couve, beterrada, cenoura, brócolis, ervilha, tomate, e por aí vai. Na verdade, preparar uma salada é muito mais prático do que fazer uma macarronada! E a atividade física? Nunca tem tempo, pois além de trabalhar tem que cuidar dos filhos... Conhecem o ditado: "se a montanha não vai à Maomé, Maomé vai até a montanha", pois então, alie a atividade física à rotina de seus filhos, leve-os para jogar bola, caminhar, andar de bicicleta, fazer natação juntos, etc. Brincar com seus filhos será uma atividade intensa, acredite! Além disso, ainda estará ensinando seus filhos que atividade física é importante e legal. Sobre o corpo e sobre a carreira profissional, o que se sabe é que 30 é a idade do sucesso! As mulheres possuem atrativos mais fortes por sua maturidade e independência, os homens por sua aparência mais distinta, e profissionalmente é considerado o início do período mais produtivo, cujo auge ocorrerá apenas aos quarenta. Bem, depois disso tudo, quem falar em crise dos 30, por favor: procure um analista!
Crise número 3: derrubada.
Continuando nesse raciocínio, temos agora que falar sobre a crise dos 40 anos de idade. As queixas são parecidas com as dos 30 anos, com a diferença de que dessa vez, o corpo realmente começa a mudar, independente da prática contínua de esportes e hábitos muito saudáveis de vida. As mulheres começam a perceber a força da gravidade em seus corpos, ao passo que a mente, agora mais madura, tem avidez por uma vida plena, algumas na necessidade irracional de se manterem jovens reproduzem comportamentos adolescentes em suas vestes e hábitos (o que fica incongruente e não satisfaz). Isso se reflete de diferentes formas: profissionalmente a mulher está vivendo seu auge de produtividade, fazendo grandes conquistas, sexualmente está mais assertiva e sabe conduzir bem seus desejos e buscar sua satisfação, físicamente demosntra maior refinamento na maneira de se arrumar, no ambito familiar normalmente seus filhos estão mais independentes e exigem menos cuidados intensos, enfim é o momento! Para os homens os efeitos são parecidos, com diferença apenas na àrea sexual, onde começam a ter medo do envelhecimento e com isso exibem uma necessidade constante de afirmação de sua virilidade (nessa fase as relações extraconjugais são mais propensas, normalmente buscam por meninas mais novas que exigirão menos de sua performance e funcionarão coo "troféus"à sua masculinidade, o que acaba virando frutração depois, quando vê que não consegue acompanhar o ritmo da "garota"). Mas existem maneiras mais saudáveis de exibir a virilidade, como a prática de esportes. Resumindo, tanto homens quanto mulheres temem o envelhecimento, mas lembrem-se que é inevitável, faz parte da vida, não é feio, e principalmente - não vai destruir sua capacidade de obter prazer na vida muito menos diminuir sua sexualidade - o prazer a sexualidade permanecem ativas em você por toda a sua vida, e só adormecem se você quiser (principalmente agora que existe o viagra).
Crise número 4: derrubada
Agora vou juntar as demais crises, pois falam de um tema em comum: o envelhecimento, a aposentadoria, a chegada dos netos, bisnetos e a proximação do fim da vida. Aos cinquenta a pessoa começa a apresentar preocupações com a aposentadoria e chegada dos netos - "Meu Deus, agora vou me tornar um vovô à toa", depois vem as preocupações com o envelhecimento e morte que vão perdurar ao longo das próximas décadas. Meus queridos, chegar nessa fase da vida só significa uma coisa: FAZER SÓ O QUE VOCÊ GOSTA! Pensem bem, com a aposentadoria você pode escolher se vai parar de trabalhar e ficar viajando, lendo livros e cuidando de netos, ou se vai se dedicar à uma nova ocupação que pode ser um trabalho que você sempre quis fazer e antes não tinha tempo nem disponibilidade suficientes para isso, pode ser um hobbie, etc... Mas acima de tudo, você poderá fazer o que quiser! Lembrem-se apenas que não precisam ficar em casa lendo jornal e vendo novela enquanto esperam por uma visita, isso com certeza irá deteriorar suas funções cognitivas (e ledo engano quem pensa que isso só acontece com idosos, até jovens adultos se não forem estimulados constantemente apresentam decréscimo). Em relação ao corpo, é hora de desencanar, aceitem as mudanças como expressão da vida rica que tiveram. Suas rugas são marcas dos momentos felizes ao ver uma conquista de um filho, ao chorar a perda de um ente querido, ao comemorar uma conquista pessoal, ao passar noites cuidando de um filho doente, ao se preocupar com o futuro, etc. Além das rugas existem outras mudanças também, mas a disposição e o vigor que se necessita para desfrutar dessa fase é possível obter com a alimentação saudável e a prática de exercícios constantes. Sexualmente também é hora de desfrutar de sua sabedoria e disponibilidade de tempo. Lembrem-se: a sexualidade não está nos órgãos genitas e sim na CABEÇA! O cérebro é o mais importante órgão sexual do ser humano e com a maturidade o sexo pode tornar-se mais ousado, picante e criativo.
Por fim, um tópico mais delicado dessa fase da vida - a chegada do fim... é um tanto mórbido esse tema, mas paira na mente das pessoas trazendo inseguranças, medos, tristeza, apatia... Infelizmente não existe remédio para a morte, somente para a vida. Como dizemos: "a morte é a única certeza que temos na vida" e isso é a partir do momento em que somos concebidos. A cada dia que se passa, temos menos um dia para viver, e não importa se morreremos muito idosos por motivos naturais, se morreremos de alguma doença severa, ou em algum acidente estúpido, a única verdade é que não podemos saber quando iremos morrer, só sabemos que iremos de fato, todos! Isso não é motivo para a pessoa sentir medo, tristeza, ou se cobrir de milhões de cuidados desnecessários. Ao refletir nisso, percebam que a única coisa que podemos fazer é viver! Viver intensamente, aproveitar cada dia como se fosse o último, fazer valer a pena a nossa existência, dar motivos aos nossos queridos para se lembrarem de nós como fonte de alegria, sabedoria, e vivacidade! Para que desperdiçar um único dia se lamentando do fim, enquanto pode aproveitar deliciosamente o que você tem aqui e agora. Mas atenção: viver intensamente não quer dizer viver irresponsavelmente, lembre-se que nossa vida permanece registrada para todos aqueles que amamos, podemos ser motivo de orgulho e exemplo para as próximas gerações.
Demais crises: derrubadas.
A vida é bela, não pensem em crises, pensem em mudanças!

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