O papel de um pai da vida dos filhos é inegavelmente
importante, pois é a presença paterna que auxilia a pessoa a: desenvolver
habilidades sociais mais expansivas, ser autoconfiante, entre outras
habilidades, que são diferentes das ensinadas pelas mães. Diversos estudos
realizados, em diferentes universidades dos EUA e da Europa, demonstraram que
famílias ajustadas com mãe e pai presentes de forma física e emocional na vida
dos filhos, são fundamentais para o sucesso na vida escolar e profissional, na
prevenção do envolvimento dos jovens com drogas e criminalidade, bem como para
a formação futura de famílias bem sucedidas. Entretanto o papel do pai não é
simplesmente o de existir, ou de trabalhar e levar dinheiro para casa. Nunca
foi só isso, mesmo quando pensamos nos tempos em que as mulheres ficavam em
casa cuidando exclusivamente da família.
Desde os tempos em que o homem era o provedor da família até
os dias de hoje, sempre houveram aqueles que se envolviam mais com o cotidiano
dos filhos, e assim ensinam valores, cobram posturas e comportamentos,
acompanham e auxiliam no rendimento escolar. Infelizmente esse tipo está cada
vez mais raro. E também sempre houve aqueles que “não tem cabeça para isso”,
pois pensam que a função deles é a de trabalhar e prover dinheiro, pois a
mulher deve cuidar de todo o resto. Quantas pessoas não são capazes de
reconhecer o pai que chega em casa do trabalho, toma banho, janta, vê televisão
e se ocupa do celular até a hora de dormir? Pois é, não mudou muito, só se
acrescenta o celular! O assustador na verdade, é que o índice de pais que
participam do cotidiano familiar está cada vez menor. Claro que existem muitos
fatores novos a serem considerados. Os pais normalmente tornam-se ainda mais
ausentes quando não vivem na mesma casa que os filhos, e normalmente isso não é
razão suficiente para esse comportamento.
O envolvimento do pai na vida dos filhos vai muito além ao
provimento financeiro, e começa muito antes dos pequenos começarem a
engatinhar! É compreensível que durante
a gestação a maioria dos homens não consigam estabelecer um contato muito
próximo com o bebê, até mesmo porque essa é uma fase de transição importante,
muitos tem dificuldades com a figura paterna de suas lembranças, ou não estão
confiantes de seu próprio papel paternal. Entretanto a partir do momento do
nascimento surge o compromisso e a necessidade da formação desse vínculo
afetivo, pois o filho agora é uma pessoa única e presente para se relacionar
com quem quer que esteja interessado. É também uma pessoa absolutamente
dependente de cuidados, que não precisam ser exclusivamente maternos. Bebês não
precisam só do leite materno, eles precisam trocar de fraldas (se o papai morre
de nojo de um cocô, porque a mamãe não sentiria o mesmo?), tomar banho, arrotar,
e de muito, muito, muito colinho, inclusive de madrugada, TODOS OS DIAS.
Conforme esse bebê cresce, aumentam as oportunidades para o
pai se envolver na rotina do filho. O pai pode participar da inserção de
frutas, papinhas e sucos, ajudar o bebê a aprender a andar e falar, brincar de
bola e do que mais tiver que a criança goste, ajudar a criança a ir no banheiro
e assim facilitar a consolidação do desfraldamento. Também é interessante a
participação ativa nas refeições das crianças, estimulando as crianças a
comerem de forma saudável. Em todos esses momentos a construção dos laços
afetivos se solidificam, facilitando as tarefas mais importantes (e também as
mais difíceis) no desenvolvimento dos filhos. Afinal de contas, logo vem a vida
acadêmica da criança, em que os pais precisam estudar junto aos filhos,
acompanhar a vida escolar e a socialização das crianças. Não dá para esperar
chegar a adolescência, pois nessa fase os laços afetivos precisam já estar
consolidados, para que o adolescentes tenha confiança na família em guia-lo
para a vida adulta. A confiança vem de laços afetivos fortes e construídos ao
longo do tempo, o que é responsabilidade dos pais em formar, não basta só a
mãe, ou só o pai, é preciso dois, assim como foi preciso na hora de conceber. A
mãe é capaz de fazer uma parte, mas não o todo, e o oposto também é verdade.
Observo muitas mulheres, desde aquelas que os filhos já
estão adultos, até aquelas cujos rebentos ainda são recém-nascidos, entre as
que ficam em casa cuidando da família e as que saem para trabalhar igual aos
maridos, e cerca de 80% dessas mulheres se queixam que os maridos nunca ajudam.
São queixas bem variadas sobre o que os homens não fazem para ajudar: não
trocam fraldas (principalmente as de cocô), não dão banho, não colocam para
dormir, não sabem fazer a mamadeira (que tem a receita impressa no rótulo do
leite), não ficam com a criança para a mulher fazer outras coisas (não ficam
nem para a mulher fazer as tarefas da casa, menos ainda para elas descansarem),
não ajudam com as tarefas escolares, etc. Mas as duas queixas campeãs são: não
acordam à noite quando o filho chama, chora, acorda, etc., e não ajudam a
educar com limites. Entretanto, muitas vezes o problema pode estar com as mães,
que centralizaram todos os cuidados do bebê, atrapalhando a aproximação do pai,
no momento mais delicado, que é o da formação de uma vida a partir do
começo. É muito comum as mulheres
assumirem todas as responsabilidades, como se o bebê fosse apenas delas, uma
atitude bastante responsável, mas bem prejudicial para o próprio bebê, pois o
pai também está devidamente qualificado para cuidar, e precisa cuidar para
aumentar o vínculo. Claro que esse não é o único motivo, existe também o
cultural e do comodismo, mas é preciso comprometer o pai na função de cuidar do
filho em qualquer situação, pois a aproximação através dos cuidados promove um
vínculo afetivo tão forte que é capaz de superar quase todas as barreiras.
Boas dicas:
O papai pode trocar as fraldas
O papai pode aprender a ler os rótulos e assim saber fazer a
mamadeira
Os papais podem se divertir muito lendo histórias,
inventando contos, cantando e brincando com o bebê
Os papais que revezam a noite com as mamães sentem-se mais
próximos dos filhos
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