Ao saber que uma criança está sendo exposta à alienação parental, sabe-se que seu bem-estar e desenvolvimento biopsicossocial estão em risco. Deve-se portanto ter certas atitudes visando a correção da situação, para que se possa restabelecer o bem estar e o desenvolvimento saudável da criança.
É importante lembrar que o relacionamento entre o parente alienado e o parente alienador normalmente é conflituosa, e por isso dificilmente será mediada em pouco tempo. Inicialmente é preciso conscientizar os adultos envolvidos que não precisam se relacionar e nem deixar de ter sentimentos negativos um pelo outro, não é preciso nem mesmo manter contato direto um com o outro, hoje em dia existem outros recursos como o email, o telefone, e mesmo as mensagens SMS. Mas é imperativo que esses adultos entendam o sofrimento que impoem à criança quando praticam atitudes alienadoras, que por mais que "odeiem" seu ex companheiro, a criança é um fruto desse relacionamento (um fruto abençoado!) cuja personalidade é constituída por traços de ambos, e isso precisa ser respeitado para permitir que seu filho não sofra com a separação dos pais. Digo não sofrer com a separação dos pais pois a separação real deve ser a do casal – não existe divórcio de filhos!
A partir desse entendimento é necessário que os agentes alienadores reflitam sobre seu comportamento e se disponham a reconhecer seu erro, pedir desculpas à criança (por menor que seja) pelo seu comportamento. É essencial que o adulto seja verdadeiro:
"Querido, me desculpe por algumas coisas feias que falei sobre sua mãe / pai, pelas vezes que fiquei triste por você estar com ela e não comigo, apesar de saber que você a ama também e estava feliz com ela. Como você percebeu estou triste com ela, mas quero que entenda que estou triste com minha ex-companheira e não com sua mãe / pai. Ela é uma boa mãe / pai e também te ama muito. Prometo que vou me esforçar para não repetir esse comportamento mais, vou ficar feliz por você estar feliz. Algumas vezes posso esquecer e acabar errando novamente, mas você pode me ajudar dizendo que não gostou e me lembrando que não devo fazer isso."
Afinal de contas, essa é a verdade! É preciso separar assuntos que são de adultos de assuntos que são de crianças. Assuntos financeiros, questões judiciais, críticas a comportamentos de uma pessoa adulta, devem ficar entre adultos. Com as crianças os adultos tem muitos outros assuntos a que se ocuparem! É preciso que saibam como está na escola, como estão com os amiguinhos, como tem sido o comportamento das crianças, em que elas tem tido dificuldades, ajudar em tarefas escolares, saber da criança o que ela gosta de fazer para se divertir e fazer junto dela, passear com a criança, ensinar coisas da vida para ela, enfim... uma gama de outras coisas que precisam ser feitas! Inclusive criar um canal de comunicação com essa criança para que ela possa falar de suas angústias, de suas curiosidades, de seus sentimentos e ajudá-la a enfrentar as dificuldades de maneira correta.
Por mais que seja difícil, é preciso entender de uma vez por todas que SEU EX-COMPANHEIRO AMA SEU FILHO TANTO QUANTO VOCÊ, E IRÁ PROTEGÊ-LO TANTO QUANTO VOCÊ. Se você quer que seu filho ouça palavras boas sobre você quando não está em sua companhia, é preciso dizer palavras boas sobre a outra figura parental quando a criança está com você!
Inicialmente os familiares precisam tentar resolver a questão pacificamente (acreditem, às vezes isso é possível!). Acontece que nem sempre o agente alienador é consciente do quanto está prejudicando seus filhos, mas os ama muito e se alguém o advertir da maneira correta, ele pode corrigir adequadamente as atitudes alienadoras que vinha tendo.
Quando conversar é possível, indica-se que as pessoas conversem, que se diga: "entendo que você esteja aborrecido comigo por diversos motivos, mas você precisa separar as coisas e não ficar falando essas coisas para as crianças, sempre que nossos filhos ouvem essas palavras de você ficam muito tristes e reajem de tal forma". Em alguns casos, essa comunicação é impossível sem discussões e ofensas, por isso lembrem que existe o "email"! Pode-se enviar um mail, falando sobre essas coisas, sempre se tendo o cuidado com a EDUCAÇÃO! Sempre que for se tratar de assuntos relativos aos filhos é importante que se mantenha a boa comunicação, e para tanto é imprescindível a polidez (nesse momento não pensem que estão se comunicando com o ex-compnaheiro, mas sim com a mãe/pai de seus filhos, essa pessoa merece sua educação e respeito, não é mesmo?).
Em muitos casos, com apenas essa comunicação, explicando que a criança necessita de sua atenção de uma maneira diferente (se preocupando com desenvolvimento acadêmico, amizades, comportamentos, alimentação, saúde e lazer), o responsável por essas atitudes alienantes é capaz de se recompor.
Infelizmente, nem todos os casos podem ser resolvidos dessa forma. Os alienadores nesses casos não percebem seus filhos como pessoas, mas como posses. Existe uma deturbação das relações familiares que necessitam de uma intervenção mais incisiva. Nestes casos, não há meios menos dolorosos de solução, é preciso que o genitor alienado procure o Conselho Tutelar de sua cidade e realize a denúncia de Alienação Parental, dando sequencia ao pedido de investigação psicossocial para averiguação. Acredito que o mais importante nessas questões é que o genitor alienador seja encaminhado para um processo psicoterapêutico, mediante determinação judicial e com acompanhamento da evolução por meios jurídicos, afim de garantir que esse genitor resolva seus conflitos sem mais prejudicar a criança.
Segui a sugestão de tentar conversar primeiro com meu ex-marido (claro que por email, com ele não tem diálogo normal) e funcionou! Nesse final de semana na casa dele meus filhos não sofreram nenhum tipo de ataque e retornaram bem mais tranquilos para casa!
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