3 de mai. de 2016

Papai presente

O papel de um pai da vida dos filhos é inegavelmente importante, pois é a presença paterna que auxilia a pessoa a: desenvolver habilidades sociais mais expansivas, ser autoconfiante, entre outras habilidades, que são diferentes das ensinadas pelas mães. Diversos estudos realizados, em diferentes universidades dos EUA e da Europa, demonstraram que famílias ajustadas com mãe e pai presentes de forma física e emocional na vida dos filhos, são fundamentais para o sucesso na vida escolar e profissional, na prevenção do envolvimento dos jovens com drogas e criminalidade, bem como para a formação futura de famílias bem sucedidas. Entretanto o papel do pai não é simplesmente o de existir, ou de trabalhar e levar dinheiro para casa. Nunca foi só isso, mesmo quando pensamos nos tempos em que as mulheres ficavam em casa cuidando exclusivamente da família.
Desde os tempos em que o homem era o provedor da família até os dias de hoje, sempre houveram aqueles que se envolviam mais com o cotidiano dos filhos, e assim ensinam valores, cobram posturas e comportamentos, acompanham e auxiliam no rendimento escolar. Infelizmente esse tipo está cada vez mais raro. E também sempre houve aqueles que “não tem cabeça para isso”, pois pensam que a função deles é a de trabalhar e prover dinheiro, pois a mulher deve cuidar de todo o resto. Quantas pessoas não são capazes de reconhecer o pai que chega em casa do trabalho, toma banho, janta, vê televisão e se ocupa do celular até a hora de dormir? Pois é, não mudou muito, só se acrescenta o celular! O assustador na verdade, é que o índice de pais que participam do cotidiano familiar está cada vez menor. Claro que existem muitos fatores novos a serem considerados. Os pais normalmente tornam-se ainda mais ausentes quando não vivem na mesma casa que os filhos, e normalmente isso não é razão suficiente para esse comportamento.
O envolvimento do pai na vida dos filhos vai muito além ao provimento financeiro, e começa muito antes dos pequenos começarem a engatinhar!  É compreensível que durante a gestação a maioria dos homens não consigam estabelecer um contato muito próximo com o bebê, até mesmo porque essa é uma fase de transição importante, muitos tem dificuldades com a figura paterna de suas lembranças, ou não estão confiantes de seu próprio papel paternal. Entretanto a partir do momento do nascimento surge o compromisso e a necessidade da formação desse vínculo afetivo, pois o filho agora é uma pessoa única e presente para se relacionar com quem quer que esteja interessado. É também uma pessoa absolutamente dependente de cuidados, que não precisam ser exclusivamente maternos. Bebês não precisam só do leite materno, eles precisam trocar de fraldas (se o papai morre de nojo de um cocô, porque a mamãe não sentiria o mesmo?), tomar banho, arrotar, e de muito, muito, muito colinho, inclusive de madrugada, TODOS OS DIAS.
Conforme esse bebê cresce, aumentam as oportunidades para o pai se envolver na rotina do filho. O pai pode participar da inserção de frutas, papinhas e sucos, ajudar o bebê a aprender a andar e falar, brincar de bola e do que mais tiver que a criança goste, ajudar a criança a ir no banheiro e assim facilitar a consolidação do desfraldamento. Também é interessante a participação ativa nas refeições das crianças, estimulando as crianças a comerem de forma saudável. Em todos esses momentos a construção dos laços afetivos se solidificam, facilitando as tarefas mais importantes (e também as mais difíceis) no desenvolvimento dos filhos. Afinal de contas, logo vem a vida acadêmica da criança, em que os pais precisam estudar junto aos filhos, acompanhar a vida escolar e a socialização das crianças. Não dá para esperar chegar a adolescência, pois nessa fase os laços afetivos precisam já estar consolidados, para que o adolescentes tenha confiança na família em guia-lo para a vida adulta. A confiança vem de laços afetivos fortes e construídos ao longo do tempo, o que é responsabilidade dos pais em formar, não basta só a mãe, ou só o pai, é preciso dois, assim como foi preciso na hora de conceber. A mãe é capaz de fazer uma parte, mas não o todo, e o oposto também é verdade.
Observo muitas mulheres, desde aquelas que os filhos já estão adultos, até aquelas cujos rebentos ainda são recém-nascidos, entre as que ficam em casa cuidando da família e as que saem para trabalhar igual aos maridos, e cerca de 80% dessas mulheres se queixam que os maridos nunca ajudam. São queixas bem variadas sobre o que os homens não fazem para ajudar: não trocam fraldas (principalmente as de cocô), não dão banho, não colocam para dormir, não sabem fazer a mamadeira (que tem a receita impressa no rótulo do leite), não ficam com a criança para a mulher fazer outras coisas (não ficam nem para a mulher fazer as tarefas da casa, menos ainda para elas descansarem), não ajudam com as tarefas escolares, etc. Mas as duas queixas campeãs são: não acordam à noite quando o filho chama, chora, acorda, etc., e não ajudam a educar com limites. Entretanto, muitas vezes o problema pode estar com as mães, que centralizaram todos os cuidados do bebê, atrapalhando a aproximação do pai, no momento mais delicado, que é o da formação de uma vida a partir do começo.  É muito comum as mulheres assumirem todas as responsabilidades, como se o bebê fosse apenas delas, uma atitude bastante responsável, mas bem prejudicial para o próprio bebê, pois o pai também está devidamente qualificado para cuidar, e precisa cuidar para aumentar o vínculo. Claro que esse não é o único motivo, existe também o cultural e do comodismo, mas é preciso comprometer o pai na função de cuidar do filho em qualquer situação, pois a aproximação através dos cuidados promove um vínculo afetivo tão forte que é capaz de superar quase todas as barreiras.
Boas dicas:
O papai pode trocar as fraldas
O papai pode aprender a ler os rótulos e assim saber fazer a mamadeira
Os papais podem se divertir muito lendo histórias, inventando contos, cantando e brincando com o bebê

Os papais que revezam a noite com as mamães sentem-se mais próximos dos filhos

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